Universidade Federal da Paraíba
Centro de Ciências
Aplicadas e Educação
Departamento de
Ciências Exatas
Disciplina: Avaliação
de aprendizagem
Aluno: José Sharlles
Guedes da Silva
Ser
professora: avaliar e ser avaliada
“A
professora deve informar o que cada aluno e aluno sabe, e deve atribuir um
valor a seus conhecimentos”. (página 13). O professor deve atribuir notas.
“Avaliar,
como tarefa docente, mobiliza corações e mentes, afeto e razão, desejos e
possibilidades. Avaliar diz respeito a uma tarefa solitária, de
responsabilidades exclusiva da professora que propõe os instrumentos a serem
utilizados.” (página 14). A professora deve utilizar de alguns meios para
conseguir mobilizar os corações e mentes, afeto e razão, desejos e
possibilidades.
“A avaliação classificatória não proporciona
espaços significativos para um diálogo profundo, em que o processo e seus
resultados possam ser compartilhados pelos sujeitos nele envolvidos. A
avaliação como tarefa escolar inscreve-se num conjunto de práticas sociais que
tomam o conhecimento como meio para manipular e dominar o mundo. A avaliação
classificatória configura-se com ideias de mérito, julgamento e recompensa.
Enquanto que a avaliação quantitativa expressa, no âmbito escolar, a
epistemologia positivista que conduz uma metodologia em que a manipulação dos
dados tem prioridade sobre a compreensão do processo”. (páginas 14,15 e 16).
Uma avaliação não permite o diálogo, enquanto que a outra a prioridade é a
compreensão do processo.
“Encontramos,
na avaliação escolar, a prática do exame, que reduz a riqueza e complexidade
dos processos de aprendizagem e de ensino, das relações sociais nas quais as
relações pedagógicas se constituem e dos sujeitos que aprendem e que ensinam. Os
diversos instrumentos de avaliação viabilizam o distanciamento entre o sujeito
que conhece, neste caso a professora que avalia, do objeto de conhecimento,
aqui representado pelo estudante que está sendo avaliado.” (página 16). Os
instrumentos de avaliação distanciam o professor do estudante que esta sendo
avaliado.
“A professora encontra meios para fragmentar o
conhecimento das disciplinas escolares, fragmentar os alunos e alunas em partes
observáveis, que podem ser quantificadas, medidas, comparadas, classificadas. A
prática da avaliação, que pretende medir o conhecimento para classificar os(as)
estudantes, apresenta-se como uma dinâmica que isola os sujeitos, dificulta o
diálogo, reduz os espaços de solidariedade e de cooperação e estimula a
competição.” (página 17). Tanto os meios para fragmentar o conhecimento como a
avaliação, classificam e estimulam a competição.
“A
professora é apresentada como o sujeito que atua sobre os alunos e alunas
transformados em objetos de conhecimento no processo avaliativo. A avaliação
remete a uma ação da professora sobre os alunos e alunas, muitas vezes vista
como uma relação de poder. A professora avalia, processo em que expõem
resultados que classificam os sujeitos, definindo sua integração, exclusão ou
tentativa de recuperação. Frequentemente a avaliação da professora é feita
indiretamente a partir da avaliação de seus alunos e alunas.” (páginas 19, 20 e
21). A avaliação em muitos casos é usado para intimidar e para causar medo aos
alunos.
“A
professora sabe, ou intui, que ao recortar alunos e alunas recorta a si mesma,
que ao expô-los expõe-se, que ao avalia-los avalia-se e é avaliada. A
professora, às vezes, sabe, ou suspeita, que muitas vezes a reprovação não faz
o aluno ou aluna aprender. No cotidiano escolar, avaliando e sendo avaliada, a
professora vai aprendendo duas lições contraditórias: é preciso classificar
para ensinar; e classificar não ajuda a ensinar melhor, tampouco a aprender
mais. As situações vividas no cotidiano da sala de aula mostram a necessidade
de criação de procedimentos que conduzam a avaliação por outros caminhos.”
(páginas 22, 23 e 24). No processo de ensino aprendizagem tanto os alunos como
a professora são avaliados.
“A
avaliação qualitativa configura-se como um modelo de transição por ter como
centralidade a compreensão de processos, dos sujeitos, e da aprendizagem. A avaliação
qualitativa continua sendo uma prática classificatória.” (páginas 26, 27).
“A
avaliação realiza-se com a compreensão de que o ato do conhecimento e o produto
do conhecimento são inseparáveis. A avaliação pode contribuir para formular
outras compreensões das vivências compartilhadas no processo pedagógico. Ela
vem marcando, expondo, classificando e excluindo os alunos e alunas que não
aprendem, os professores e professoras que não ensinam. Ela não pretende
controlar e classificar o rendimento do aluno ou aluna, tampouco pode ser,
direta ou indiretamente, usada para controlar e classificar o rendimento da
professora.” (páginas 31, 32, 33). A avaliação é um meio de classificar os
alunos e professores.
Referência:
ESTEBA, Maria Teresa. Ser professora: avaliar e ser avaliada. In: ESTEBAN,
Maria Teresa (org.). Escola, currículo e avaliação. 2.ed. São Paulo, Cortez,
2005, p.13-37.